O Que Podemos Aprender Com os Bichos? "O Coelho"



Autor: Pr. Walter de Lima Filho

7 (...) faça perguntas às aves e aos animais, e eles o ensinarão. 8 Peça aos bichos da terra e aos peixes do mar, e eles lhe darão lições. 9 Todas essas criaturas sabem que foi a mão do Deus Eterno que as fez. 10 A vida de todas as criaturas está na mão de Deus; é ele quem mantém todas as pessoas com vida. (Jó 12:7-10 BLH)

Hoje nós vamos falar do coelho, esse animalzinho que nos chama muito a atenção e especialmente pelas crianças. Mas o que podemos aprender de suas características?

1. Se estamos paralisados pelo temor de continuar ou por medos imaginários, é hora de observar o coelho. O medo paralisa e nos impede de experimentar o fluir da vida. Precisamos aprender com Deus a nos mover além da paralisia e do medo.

Podemos perceber de antemão, que o coelho nos passa uma mensagem sobre o “medo”.

1.1. O coelho é rápido na fuga, é hábil em estancar os seus movimentos num instante e se mesclar com o ambiente que o rodeia, sem chamar a atenção. Tudo por causa do medo.

Quando um coelho é atacado por seus predadores, ele exibe uma velocidade fantástica de fuga, mas ao mesmo tempo em que ele é muito rápido ao correr, consegue também estancar os seus movimentos abruptamente e se mesclar com o ambiente em que está, ficando imóvel, inerte, para não chamar a atenção de seus predadores.

Eu fiquei pensando nessa sua característica e procurei correlacioná-la, àqueles que vivem fugindo de tudo na vida. Por que eles fogem? Porque têm medo! Vivem debaixo da síndrome do pânico. Não estou condenando aqueles que possuem essa síndrome, porque Deus ama essas pessoas; mas, em algum momento da vida algo lhes aconteceu, que gerou dentro delas um “botão” que quando enfrentam alguma situação similar à que lhes aconteceu no passado, ficam paralisadas e entram em depressão. Não são poucas as pessoas que sofrem da síndrome do pânico e de medos imaginários. Muitos, mesmo antes de iniciar qualquer coisa já dizem: “Isto não vai dar certo, mas vou tentar... mas sei que não dará certo!”

Outros estão vivendo, mas escondendo dentro de si, “medos e pavores” terríveis, sempre suspeitando que a qualquer momento aquele mal os atingirá. Na Bíblia está registrada a história de um homem que sofria desse mal. O seu nome era Jó e ele era muito rico, tinha uma boa família, tinha uma grande fazenda com muitos animais, mas ele possuía um medo muito grande dentro de si: de perder tudo o que possuía! E foi justamente isso o que aconteceu. Vamos ler o que Jó disse de si mesmo:

Aquilo que eu temia foi o que aconteceu, e o que mais me dava medo me atingiu. (Jó 3:25 BLH)

Repare nas suas palavras: o que ele temia, lhe aconteceu. Deus não pode intervir na ação do inferno sobre a sua vida, porque o medo era uma característica de Jó, pois Deus não nos tem dado um espírito de medo, mas de coragem. O apóstolo Paulo declarou isto quando disse em 2 Timóteo 1:7 o seguinte: “Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo contrário, o Espírito nos enche de poder e de amor e nos torna prudentes.” É importante não confundirmos “prudência” com o medo. A prudência é uma atitude de adoração ou de amor a Deus, pois não faremos nada sem o Seu conselho. Já o medo, é uma atitude humana e quando ele é exagerado, faz com que percamos o fluir da vida e os propósitos divinos para cada um de nós; pois, viveremos numa tensão interior, deixaremos de fazer o que devemos fazer e impediremos a atuação do poder de Deus em nossas vidas. Jó amava a Deus, mas conservava consigo o medo de perder o que tinha. Ele estava falhando neste requisito, pois tudo o que temos não é nosso, é dado por Deus como um empréstimo para esta vida, a fim de que possamos servir ao Criador com aquilo que Ele nos proporciona.

1.2. O coelho representa muitas vezes o animal que pode nos conduzir a um mundo de fantasia. O exemplo disto está no conto de “Alice no País das Maravilhas”.

Muitos fantasiam demais suas vidas, desejando ser o que não são! Muitos se acham demais, enquanto outros se acham de menos! Inúmeras pessoas estão construindo suas vidas, como se fosse um castelo de areia, que a onda do mar facilmente destrói. A fantasia faz com que construamos nossas vidas sobre a areia; isto é, sem fundamento sólido e qualquer tempestade derruba a nossa estrutura. Jesus ensinou o seguinte em Mateus 7:26. “E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia.” Esse trabalho de construção da vida por si mesmo é uma grande ilusão, porque se nós não construirmos nossas vidas sobre os princípios divinos, fatalmente iremos ruir. Salomão fez a seguinte observação sobre todo o trabalho do homem:

(...) descobri por que as pessoas se esforçam tanto para ter sucesso no seu trabalho: é porque elas querem ser mais do que os outros. Mas tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento. (Eclesiastes 4:4 BLH)

Ele descobriu na sua época, que as pessoas estavam correndo atrás do vento; isto é, atrás do nada, quando tentavam ser mais do que os outros em todo o seu trabalho. Ele chamou essa atitude de uma grande “ilusão”. O que é que está subentendido em suas palavras? A tentativa de uma pessoa ser o que ela não é, e a tentativa de provar aos outros “a sua própria” capacidade. Fantasiar a vida gera estresse, insegurança e por que não dizer amargura? Vale a pena viver assim?

1.3. Para muitos povos indígenas o coelho era e é, o símbolo do sustento para o reino animal.

Eu fiquei imaginando, para que o coelho serve na natureza. Uma das coisas é que esbarra nas sementes e as carrega para outros lugares, promovendo assim o aumento e preservação de determinadas espécies de plantas. Mas, para o que mais ele serve, se não para ser caçado, morto e devorado por seus predadores? Ele é caçado pela águia, pelo cão, pela onça, etc. O coelho não caça a ninguém! Deus quando o criou, o fez com a capacidade de se reproduzir de forma fantástica. Os índios procuravam não matar os coelhos que viviam no campo, fora de suas plantações, pois a sua presença atraía predadores e estes, eram caçados pelos índios. Mas este detalhe natural da vida do coelho, se assemelha muito com a missão de Jesus neste mundo. Vejamos:

(Jesus disse:) Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente. (Mateus 20:28 BLH)

Jesus não veio para perseguir a ninguém, mas veio para entregar a sua vida em favor de muitos. Ele veio para dar a Sua vida – veio para morrer por nós! Isto quer dizer que Ele é o alimento divino para muitos. Para quem deseja sobreviver de fato nesta vida, precisa aprender a se alimentar de Jesus. Uma pessoa que deseja fazer a obra de Deus neste mundo, primeiro ele precisa se alimentar de Jesus. Jesus disse em João 6:55 o seguinte: “Pois a minha carne é a comida verdadeira, e o meu sangue é a bebida verdadeira.” Como o coelho vem para ser abatido, dar a sua vida aos carnívoros que precisam viver e subsistir, assim também veio Jesus, para alimentar os famintos pela verdadeira vida na alma.

Se esta foi a missão de Jesus, Ele também a deu à Sua Igreja; isto é, a todos nós que somos membros do Seu Corpo. A igreja existe para alimentar as pessoas feridas e desanimadas nesta vida e depois, ensiná-las como desfrutar de um relacionamento com Deus em Cristo, para que façam o mesmo a outras pessoas. Isto é o que Jesus quis dizer que nós devemos amar ao nosso próximo. Assim como o coelho é a salvação para a preservação da espécie de muitos de seus predadores, a Igreja é a maior resposta e o caminho para a salvação de muitas vidas que estão perecendo por inúmeros motivos.

1.4. O coelho também representa a “inocência”.

Jesus ensinou o seguinte em Mateus 18:3. (...) “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu.” Por que Ele disse isso? Porque a criança se entrega aos cuidados de seu pai integralmente; porém, ela suspeita de um estranho, não se entregando facilmente a ele. O apóstolo Paulo nos dá um princípio de vida muito interessante:

Irmãos e irmãs, não pensem como crianças. Sejam como crianças para o que é mau, mas sejam adultos no seu modo de pensar. (1 Coríntios 14:20 BLH)

O que ele está dizendo? O mesmo que Jesus, mas pelo Espírito Santo ele nos passa uma verdade a mais, para o nosso esclarecimento.

· Primeiro: “Sejam como crianças para o que é mau.” Uma criança não se entrega a um estranho, não é? O “mau” é uma atitude oposta ao “bem”. Pode vir alguma coisa de mau da parte de Deus? Claro que não! Deus é Bom! O filho de Deus estranha a presença do mau em sua vida e o combate. Isto nos leva à segunda coisa.

· Segundo: “Sejam adultos no seu modo de pensar.” Ser “adulto”, significa viver com os pensamentos, sentimentos e ações de Deus por meio da vida de Jesus em nossas vidas. Significa viver como um discípulo de Cristo. Espero que tenham entendido.

Deus espera que sejamos como crianças inocentes para Ele, mas não para as trapaças do inferno em nossas vidas. Mas se você caiu em alguma armadilha do inferno, ou se algum mal está dominando a sua vida, tornando-a insuportável, a resposta está em Deus e na Sua Palavra. Vamos ao ponto seguinte.

1.5. O “coelhinho da Páscoa” é o símbolo mais antigo do “recomeço”.

Quero usar o simbolismo do coelhinho da Páscoa, para dizer-lhe que ele se parece muito com Jesus neste aspecto. A Páscoa significa “saída”, mas saída do quê? Do lugar de opressão, de um clima de morte e destruição. É a saída para uma renovação e o recomeço da vida. É uma ressurreição! Uma vida nova! A Páscoa é muito mais do que uma festa e chocolates – ela é Jesus, numa experiência diária com a Sua Pessoa.

2. Jesus ressuscitou para que nossas vidas pudessem ter a esperança de uma nova vida, tanto nesta terra como na eternidade!

Permita-me dar-lhes dois exemplos antes de terminarmos.

19 Mas naquela noite um anjo do Senhor abriu os portões da cadeia, levou os apóstolos para fora e disse: 20 -Vão para o Templo e anunciem ao povo tudo a respeito desta nova vida. (Atos 5:19-20 BLH)

Os apóstolos estavam presos por terem pregado o Evangelho. Os líderes religiosos movidos pela inveja e ciúmes, conseguiram colocá-los na prisão. A igreja sabendo disso, se colocou em oração a favor deles e algo aconteceu naquela noite e é justamente o que está registrado no que lemos. Isto foi uma “Páscoa”. Não foi uma festa, mas foi um livramento, foi uma saída da tortura, da destruição, da morte, da prisão. Foi uma “páscoa”. Com esse milagre os apóstolos tinham agora mais autoridade para falar sobre o quê? Sobre a “nova vida” – sobre a verdadeira “Páscoa”.

O que é que o está destruindo? Aprisionando ou lhe matando? Se você está nestas condições, você precisa de uma “páscoa”, um “caminho” para sair dessa condição de vida. Jesus disse em João 14:6 o seguinte: “Eu sou o caminho...” Hoje você pode sair da morte para a vida, entregando a sua vida a Jesus! Veja o que Ele disse:

25 Então Jesus afirmou: -Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso? (João 11:25-26 BLH)

Ele não disse estas palavras somente acerca de Lázaro, que estava morto e enterrado num sepulcro. Suas palavras são para nós que estamos vivos, mas vivendo como se estivéssemos mortos. Uma pessoa fisicamente morta não pode crer, mas quem está vivenciando a experiência da morte no seu dia a dia, tem a capacidade de crer nas palavras de Jesus! “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá! Sua vida morreu? Você está sem esperança e desanimado? Eu quero lhe fazer a mesma pergunta que Jesus fez: “Você acredita nisso?”

Com certeza, depois de ter passado alguns momentos neste lugar, sob a influência do Espírito Santo de Deus, você adquiriu a capacidade de crer! Saia da morte e venha para a vida. Entregue neste momento a sua vida a Cristo. Dê a Ele o controle da sua vida, pois Ele o ajudará a construí-la sobre uma base sólida e eterna, que é o próprio Jesus.